domingo, 1 de outubro de 2017

POESIA COMENTADA


Este volume é uma coletânea de prefácios, apresentações, poemas, entrevistas e artigos, que alguns escritores do Brasil e do exterior escreveram acerca de minha produção poética, desde o lançamento de meu primeiro livro em 2003.

Sei que muitas frases contidas nestas páginas são de um excesso de generosidade incrível! Mas entendo que se trata de palavras de amigos que, de alguma forma, tentaram incentivar-me a prosseguir nessa difícil caminhada literária, nessa luta vã com as palavras — como diria Drummond.

Se quando me elogiaram eles escreveram a verdade, não sei. Só sei de uma coisa — é que, como dizia José Lins do Rego, “com coração de amigo ninguém pode”.

No entanto, escrevendo bem ou mal, o certo é que cheguei aonde não esperava. Escrevi livros, campus canções, conquistei amigos. Amigos dos quais me orgulho, pois eles são, para mim, a mais valiosa premiação que conquistei como “Juntador de Palavras”.


O livro impresso pode ser adquirido neste link: 
https://www.clubedeautores.com.br/book/241973--Poesia_Comentada#.Wc-dPCmAPTA

Download gratuíto do livro em pdf aqui neste link:
http://static.recantodasletras.com.br/arquivos/5280668.pdf?1506797287

quarta-feira, 4 de maio de 2016

TRADUZINDO-ME

(Parodiando Ferreira Gullar)


Uma parte de mim é calmaria,
a outra parte é chuva e ventania;
uma parte de mim é solidão,
outra parte é barulho, é multidão.

Uma parte de mim segue a emoção,
outra parte caminha pela razão;
uma parte de mim é corajosa,
outra parte é prudente e temerosa.

Uma parte de mim é litoral,
outra parte de mim é só sertão;
u'a parte de mim é sentimental,
outra parte é mais dura do que o chão.

Uma parte de mim é tão idosa,
outra parte de mim inda é criança;
uma parte de mim é tão teimosa,
outra parte é calma... é temperança!

Uma parte de mim é de direita,
outra parte de mim, socialista;
uma parte de mim não é perfeita,
outra parte modela o seu artista.

Uma parte de mim é utopia,
outra parte de mim - realidade;
uma parte de mim é antipatia,
outra parte é amor, fraternidade.

Uma parte de mim é poesia,
outra parte é prosa cotidiana;
uma parte de mim é melancolia,
outra parte é alegria soberana.

Porém minha vida só se completa
quando estás ao meu lado - oh minha amada!
Pois longe da vida deste poeta,
minh'vida se parte - não sobra nada!...

Antonio Costta

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A MISSÃO DO POETA

Para mim todo poeta
tem a incomensurável missão
de lutar por um mundo melhor;
por uma sociedade mais justa
e um governo mais solidário.

Pois para mim todo poeta
tem uma missão muito maior
do que buscar sua própria consagração,
inventando novas palavras
ou novas formas de poetizar.

O poeta deve despir-se
de suas vaidades pessoais
e entender que Deus lhe concedeu
uma grande oportunidade
de, através de sua arte,
melhorar o mundo em sua volta.

De que adianta o poeta
ir embora para Pasárgada,
mesmo sabendo que Pasárgada não existe,
em vez de reunir suas forças
e lutar pela construção de seu país.

Para mim, todo poeta deveria ter
um compromisso social;
do contrário, ele será apenas
um mero expectador da realidade,
preso ao seu mundo interior.

Antonio Costta
__________________________


LA MISIÓN DEL POETA

Para mí todo poeta
tiene la misión inconmensurable
de luchar por un mundo mejor;
para una sociedad más justa
y un gobierno más de apoyo.

Porque para mí todo poeta
tiene una misión mucho mayor
de que perseguir su propia consagración,
inventando nuevas palabras
o las nuevas formas de poetizar.

El poeta debe desnudarse
de sus vanidades personales
y entender que Dios le ha dado
una gran oportunidad
para, a través de su arte,
mejorar el mundo que le rodea.

¿De qué sirve el poeta
ir aunque para Pasargada,
mismo sabiendo que Pasárgada no existe,
en vez de reunir sus fuerzas
y luchar por la construcción de su país.

Para mí, cada poeta debe tener
un compromiso social;
de lo contrario, lo hará apenas
un mero espectador de la realidad,
detenido a su mundo interior.

Antonio Costta
13/11/2014

sexta-feira, 9 de maio de 2014

UM JUNTADOR DE PALAVRAS

Os loucos vão pela rua
Procurando uma razão;
Os músicos ferem as cordas
Procurando uma canção.

Os rios procuram o mar,
As abelhas procuram as flores;
Os dias procuram as noites;
Nas noites, procuram-se amores!...

E eu procuro no tempo
Algumas belas palavras;
Pérolas vagando ao vento,
De ouro -partículas, lavras.

Sou um caçador de emoções,
Sou um juntador de palavras;
Componho poemas, canções,
E dos pássaros -as suas asas!...

Sou menino e sou adulto,
Sou sério e sou brincalhão;
Canto com um olhar astuto
O que manda meu coração.

Se sofro... –de quem é a dor?
Quem melhor pode senti-la?
A dor é minha -e meu é o amor-
E pouquíssimos querem ouvi-la.

Por isso contenho-me apenas
Em juntar algumas palavras;
Que formarão simples poemas,
E retornarão ao vento, às vagas!...

Tornei-me um caçador de penas
Ou de belíssimas aves raras?
Não importa, tornei-me apenas
Um "juntador de palavras"!...




(Poema de meu 1º livro 
UM JUNTADOR DE PALAVRAS, 
publicado em 2004) 


sábado, 1 de junho de 2013

FEITO DE BARRO

Na folha inata
O poeta retrata
A sua solidão;
Caneta à mão
E um olhar profundo
Olhando o mundo
De vida renhida
Como se olhasse
Uma grande ferida!

Olhando o mundo,
O mundo bizarro,
Ele expressa a dor
De ser feito de barro.
Ah se o poeta
Fosse feito de cobre!
Seria mais rico
Ou seria mais pobre?
Seria condutor
Do mais puro amor?
Ou seria um entulho
Do mais puro orgulho?

Além do mais
Teria mais paz?...
Deus sabe o que faz
O poeta é de barro
E não volte atrás.
De um barro tão belo
Resistente ao calor;
De um barro singelo
Nas mãos do Senhor!

Feliz do poeta
Que é feito de barro!
Humilde e pequeno
Como um simples jarro;
Mas que dentro dele
Traz toda beleza,
Traz todo esplendor...
Pois traz a essência
De seu Criador!

ANTONIO COSTTA





QUANTO VALE A AREIA DO RIO?

Quanto vale a areia do rio
que a natureza juntou?
Anos e anos, a fio,
tesouro que ela guardou.

Quanto vale a areia do rio
onde o vento deita e rola?
Quanto vale a areia do campo
onde eu brincava de bola?

Quanto vale, queremos saber,
a areia do Rio Paraíba?
Que estão, todo dia, a vender,
agredindo o leito, a vida!

Quanto vale a areia do rio?
Entregue em troca de nada?
Ou vendida a preço d'ouro,
tesouro da terra amada!

Por homens gananciosos
que fazem negociata.
Quanto vale a areia do rio,
do rio que se fere e mata?!

ANTONIO COSTTA